segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Música faz bem para as histórias da vida !





Esta
música não foi feita para este bairro,Lapinha.

Mas lembro de quando  estava longe daqui por alguns anos,e ao
escutá-la,fortaleceu meu bairrismo( positivamente) sim,quero voltar para o
lugar de onde eu vim,Salvador meu amor.Cada canto tem sua história.

Nasci em Itapuã, fui criada entre a Liberdade e a praia.E nesse meio do
caminho,o Centro da cidade fez parte dos meus anos escolares,amo tudo.Cada
lugar tem uma forte história para mim.

Voltando para a música,ela se fortaleceu quando morei em São Paulo,e vi o
quanto sou da gema. E por adorar o samba e as lembranças e sensações que esta
música me trouxe,por citar o nome do Bairro onde hoje faz parte de uma
importante etapa de minha vida ( onde conheci meu esposo e trouxemos um fruto
lindo destes encontros festeiros na Lapinha ).Aqui divido com vocês a voz encantadora
de Elis .



Ps. Me chamo Elis e moro na Lapinha.



quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Reconhecendo a Lapinha

Entrevista com " Júnior Liberdade"

     A HISTÓRIA DO BAIRRO POR QUEM VIVE NELE


Júnior Liberdade:

        " Então Elis,vou começar me apresentando,eu me chamo Florisvaldo Barbosa Júnior,mas sou conhecido como Júnior Liberdade.

A REGIÃO DA LIBERDADE 

         A Região da Liberdade comporta 10 bairros e dentre eles a Lapinha,e é peculiar por ser um bairro histórico da região,um bairro que tem uma relação mais antiga com os moradores da cidade de Salvador. A Soledade é um apêndice do bairro da Lapinha.
            A Lapinha tem lugares específicos: Soledade,Queimadinho e Sieiro que não são bairros,são localidades.
Antiga estação de tratamento de água,Queimadinho



FIGURAS EMBLEMÁTICAS DA REGIÃO
          Sobre as figuras emblemáticas que não constam documentos e que façam referência ao bairro,eu destaco o Padre Pinto,uma figura de suma importância para o bairro,homem culto,religioso,verdadeiramente interessado pelas causas da fé que ele professa,os moradores tem uma admiração e respeito especial pelo pároco. As obras do Padre Pinto como artista plástico e como religioso fazem,fizeram e vão fazer por muito tempo diferença para os moradores da região.
           Outra figura da região é o barbeiro Vital,que atende na rua: Campus França,é uma pessoa que reflete muito o que o bairro é,simpático alegre,contador de história e um grande pescador.
           E em se tratando de educação a figura destacada é a professora Nilza,morando há mais de 40 anos na região,a professora desenvolve um trabalho de fomento a leitura e auxílio as famílias carentes que não possuem condições de adquirir livros,através do seu projeto" Troca livros". Com esta iniciativa a professora Nilza conseguiu auxiliar mais de 25 mil famílias nos últimos 20 anos,é um trabalho reconhecido pela comunidade do bairro e da cidade de Salvador. A professora mantém uma biblioteca comunitária onde livros podem ser adquiridos pela comunidade.
Professora Nilza 

            Um respeitoso destaque é o senhor Moisés,é um restaurador,artista plástico que não só produz peças mas também restaura,morador do corredor da Lapinha e mantém na porta da sua residência um mostruário onde são exibidas suas obras de arte.
             O Colégio Nossa Senhora da Soledade é uma instituição de educação e religiosa que merece destaque neste bairro,com quase 300 anos de existência.
Antiga praça da Liberdade - Hoje Soledade


O BAIRRO
          A Lapinha se destaca não só por ser um bairro histórico,mas por ainda ser nos dias de hoje um bairro predominantemente residencial,diferente dos outros bairros da região da Liberdade que são comerciais

A JUVENTUDE 
          Uma curiosidade sobre a juventude da Lapinha. Aqui existe uma linguagem única,mais conhecida como a "gualin",que é língua de trás para frente,na década de 80 e 90 a juventude buscava uma forma de se comunicar,e até hoje é utilizado.

 LOCAIS EMBLEMÁTICOS DO BAIRRO
            O Bar Paisagem,o mais antigo,reservado e discreto, com vista para a Baía de todos os Santos. 
            O Bar do Galego,mais atual e ponto de encontro daqueles que gostam de jogar dominó , baralho e assistir um futebol.
            O Belvedere,que fica atrás da Igreja da Lapinha,mais recente,tem aspecto de bar de orla da cidade,som ao vivo,boa música.
            E um interessante restaurante chamado "Entre folhas e ervas",reservado onde  você só entra se for previamente aceito pelo proprietário. 
            Um grande detalhe do bairro é que boa parte das suas residências ficam no platô superior da cidade alta,essa localização propícia uma visão privilegiada da Baía de todos os Santos ao visitar algumas residências a impressão que se tem é que estamos num mirante."



Fotos : Livia Pinheiro e Ricardo Rodrigues



 PASSADO X PRESENTE
              Passa pela Lapinha a antiga Estrada das Boiadas,hoje chamada de Estrada da Liberdade ( Rua: Lima e Silva). Era a porta de entrada das boiadas que vinha do interior,tinha o inicio em Pirajá e terminava aqui na Lapinha.Essa estrada tinha importância econômica e valor simbólico,porque por ela passaram as tropas libertadoras que batalharam em prol da libertação,da Independência da Bahia.Em referência a esse momento histórico temos 2 monumentos aqui dedicados aos heróis,temos a estátua de Maria Quitéria no Largo da Soledade ( antiga praça da Liberdade) e no Largo da Lapinha temos o busto do General Labatut" .
"A antiga Estrada da Liberdade era estreita e possuía trilhos. Estes acolhiam a famosa "Linha 8". Nesta fotografia identificamos à esquerda a atual subestação da COELBA, em frente a atual TROCA LIVROS na Lapinha." Júnior Liberdade




 
Florisvaldo Barbosa Júnior,conhecido como Júnior Liberdade.
Bacharel em Direito pela Universidade Católica de Salvador;Servidor público do Poder Judiciário;Editor,criador e fundador da Revista e site  Cor da Liberdade e junto com sua mãe a professora Nilza fundaram e dirigem um centro sócio-cultural livro é vida,no bairro e possui muito interesse pelo seu local de nascimento.
Morador da Lapinha há mais de mais 20 anos,e vive na região da Liberdade há 40 anos desde que nasceu.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Independência da Bahia - 2 de Julho

Foto fonte : http://bahia.com.br/noticias/baianos-vao-ruas-comemorar-independencia-da-bahia/


Os baianos levaram 18 meses para conquistar a Independência.
Desde os primeiros conflitos entre patriotas e tropas portuguesas em Salvador, em fevereiro de 1822, até a retirada destas em julho de 1823, a Bahia foi palco de muitas lutas. Houve poucos embates de peso, mas inúmeros pequenos combates. A batalha de Pirajá, travada no dia 8 de novembro de 1822, foi a maior da guerra e a primeira grande vitória brasileira.
O contexto político era bastante complicado. As tropas portuguesas, comandadas pelo tenente-coronel Luiz Inácio Madeira de Melo (1775-1833), controlavam a capital baiana desde fevereiro de 1822. Pouco tempo depois, em junho e julho, as vilas do Recôncavo aclamaram a regência de D. Pedro. Milicianos sob o comando de Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, o futuro visconde de Pirajá (1788-1848), obstruíram a Estrada das Boiadas, o acesso principal à cidade. O alto de Pirajá, pelo qual passava a via, dominava a região e foi escolhido para o acampamento brasileiro, a chave da linha, que aos poucos fechava o cerco de Salvador.
Logo que se tornou imperador, D. Pedro I ordenou em vão que Madeira de Melo se retirasse de Salvador. Para ajudar os patriotas baianos, o monarca mandou armas, munição e tropas, comandadas pelo general Pierre (Pedro) Labatut (1776-1849), um oficial francês com experiência nas guerras napoleônicas e nas de independência da Colômbia. Ele chegou ao Recôncavo no dia 28 de outubro, com tropas do Rio de Janeiro, de Pernambuco e de Alagoas, e logo intimou Madeira de Melo a cumprir a ordem imperial. Sentindo-se fortalecido pela chegada de uma frota portuguesa que lhe trouxe mais dois batalhões e um corpo de Artilharia no dia 31, Madeira anunciou sua intenção de sufocar o que considerava uma sedição.
Na madrugada do dia 8 de novembro, 1.900 soldados portugueses avançaram pela Estrada das Boiadas rumo a Pirajá, e 550 marinheiros e soldados desembarcaram nas praias de Icaranha e Plataforma para atacar as posições adversárias pelo flanco. O ataque foi logo percebido e precipitou o início da batalha, que durou quase seis horas. Estima-se que o número de defensores brasileiros tenha sido algo entre 1.700 e 2.000 homens. Era uma mistura de milicianos negros e pardos de Salvador, tropas regulares, milicianos do Recôncavo e auxiliares como índios flecheiros. Os postos avançados brasileiros recuaram diante do primeiro ataque, e os portugueses se lançaram sobre o acampamento brasileiro. Quando percebeu a iminência do perigo, o major pernambucano José de Barros Falcão de Lacerda (1775-1851), que comandava os brasileiros, mandou tocar a retirada – havia diferentes toques para ordenar a movimentação das tropas. Mas, segundo o alferes Ladislau dos Santos Titara (1801-1861), o corneteiro Luís Lopes, natural de Portugal, deu o sinal de “avançar Cavalaria à degola”. O toque errado amedrontou os portugueses, que fugiram em disparada e foram perseguidos até as portas da cidade. Foi nesse momento que chegou a pequena Cavalaria brasileira, comandada pelo major Pedro Ribeiro de Araújo. Para ele, “aquele som foi o sopro do furacão”, e acabou incitando seus homens: “Partimos como loucos furiosos; todo o Exército obedeceu ao mesmo impulso”.
Até hoje o número de baixas é questionado. Labatut, que estava em seu quartel-general, relatou que houve 200 mortos portugueses, mas, em outro ofício, mencionou “200 feridos e grande quantidade de mortos” entre os inimigos. Madeira admitiu apenas 64 baixas, e não há dados sobre o número de patriotas mortos. Pelos padrões das batalhas napoleônicas, nas quais morreram dezenas de milhares de homens, a de Pirajá mal passava de uma escaramuça.
O significado moral do embate foi enorme. O número de adesões à causa patriota, por ter o Exército brasileiro improvisado derrotado os soldados treinados da metrópole, aumentou consideravelmente. Ainda haveria muitos combates, mas o fato de Madeira não ter conseguido furar o cerco implicava sua derrota inevitável.
No dia 2 de julho de 1823, os patriotas ocuparam a cidade depois da evacuação portuguesa, e a importância da batalha de Pirajá foi logo reconhecida. Uma comissão de oficiais e o futuro visconde de Pirajá brigaram para ver quem comandaria os festejos do seu primeiro aniversário. O alferes Titara cantou as proezas das forças patriotas no seu poema épico “Paraguassú” (1835-37). Um jornal baiano, em 1835,conclamou os “Amigos da Pátria, reunidos no Campo de Pirajá”, para celebrar “o aniversário da glória deste dia ganhada pelas armas Brasileiras”. Dois anos depois, o cônsul britânico qualificou o dia 8 de novembro como “um grande feriado político” nos arredores da cidade.
O costume de celebrar o aniversário da vitória foi desaparecendo. Um periódico de 1850 lamentou que o dia passasse despercebido e que o corneteiro Lopes tivesse falecido na miséria. A comemoração da batalha foi aos poucos incorporada aos festejos do Dois de Julho. Em 1853, os restos mortais de Labatut foram depositados na capela de São Bartolomeu de Pirajá, e, a partir desse ano, realizava-se uma romaria anual ao lugar, tradição que perdurou até a década de 1890. D. Pedro II chegou a visitar a igreja e o campo da batalha em 1859, ciceroneado pelo barão de Cajaíba – Alexandre Gomes de Argolo Ferrão (1800-1870) –, que havia sido tenente durante o embate e, exagerando, contou-lhe que 300 brasileiros haviam derrotado 4.000 portugueses. Pedro julgou-o “vaidoso de seus serviços”.
A batalha de Pirajá continuou sendo lembrada no início do século XX. Por iniciativa da Liga Baiana de Educação Cívica, foi inaugurado, em 1914, o Panteão de Labatut em Pirajá, um pequeno templo que abriga seus restos mortais. Hoje em dia, quando atletas baianos saem anualmente de Cachoeira para levar o Fogo Simbólico do Dois de Julho para Pirajá e acender uma pira, eles rememoram “a união dos povos que lutaram pela independência da Bahia”.

Hendrik Kraayé professor da Universidade de Calgary, no Canadá, e autor de Race, State, and Armed Forces in Independence-Era Brazil: Bahia, 1790s-1840s (Stanford University Press, 2001).

Saiba Mais - Bibliografia

GRAHAM, Richard. “‘Ao mesmo tempo sitiantes e sitiados’: A luta pela subsistência em Salvador (1822-1823)”. In István Jancsó (org.), Independência: História e historiografia. São Paulo: Editora Hucitec e Fapesp, 2005.
TAVARES, Luís Henrique Dias. A Independência do Brasil na Bahia. Salvador: Edufba, 2005.


WISIAK, Thomas. “Itinerário da Bahia na Independência do Brasil (1821-1823)”. In István Jancsó (org.), Independência: História e historiografia. São Paulo: Editora Hucitec e FAPESP, 2005.




Fonte : https://www.youtube.com/watch?v=yX6qUXgp7sY

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

CURIOSIDADES


A última reurbanização realizada no bairro foi concluído em 1998. É lá que fica localizado o galpão que guarda os carros alegóricos do Caboclo e da Cabocla para a festa de Independência da Bahia, no dia 2 de Julho. A autoria das esculturas ainda é uma incógnita. Mil novecentos e vinte e três é o ano que representa a independência da Bahia, mas foi a partir do ano seguinte (1924) que o Dois de Julho passou a ser comemorado. A festa é aberta na frente do Pavilhão 2 de Julho, construído em 1860, pelas autoridades políticas e cívicas.

No Largo da Lapinha também fica o busto de bronze do General Pedro Labatut de 1923. Segundo dados históricos, Labatut chegou à Bahia no ano de 1922 para organizar exércitos de defesa e dar apoio às tropas.

As pesquisadoras Izenilda Freitas da Silva Rios e Suzane Pinho Pêpe realizaram, em 2007, um trabalho de pesquisa que resultou em um artigo chamado  A História e o Patrimônio Cultural do Bairro da Lapinha (Salvador). Nele há informações completas sobre escritos históricos que explicam desde as primeiras manifestações religiosas até a influência histórico-cultural para a cidade de Salvador. 


FONTE: http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/lapinha-mantem-tradicao-religiosa-gracas-a-comunidade/

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Salvador : Seu descobrimento!

Tanto o descobrimento da América, em 1492, quanto o do Brasil, em 1500, estão ligados à expansão comercial europeia, no fim da Idade Média. Em 1453, os turcos tomaram Constantinopla e bloquearam o comércio europeu com as Índias pelo mar Mediterrâneo. Isso acelerou a procura de caminhos alternativos aos que vinham sendo trilhados desde a Antiguidade. Tanto os espanhóis e portugueses, voltavam sua atenção para a atividade mercantil e aumentavam seus conhecimentos de navegação.
        Os portugueses estavam divididos no que se refere a procurar o caminho das Índias. Explorar gradualmente a costa africana e dobrar o cabo das Tormentas, depois chamado de Boa Esperança, ou tentar a rota ocidental? A ideia de que a Terra é esférica já estava evidente para viajantes como o mestre João Farras, que seria membro da tripulação de Cabral... De qualquer modo, prevaleceu a tese de uma exploração paciente pela costa da África. A propósito, era essa mesmo a opção correta para se chegar às Índias das especiarias, a Índia atual, bem como à China e ao Japão, que então era conhecido como Cipango.
        Foram entrando em circulação pelas cidades e feiras europeias as mercadorias vindas de fora do continente: ouro, escravos, açúcar, vinho, tinturas para tecido, cereais, várias especiarias. E de Portugal saíam utensílios de latão, de cobre, panos, sal. A expansão europeia alimentava-se de novas trocas. E, para ampliar seu alcance, precisava de homens: dentre muitos, Cristóvão Colombo foi um deles.
       O descobrimento das Américas. .
É um dos acontecimentos mais importantes dentre os que definem o início da história moderna. As navegações de Colombo provaram a esfericidade da Terra e permitiram que os europeus entrassem em contato com civilizações que desconheciam. Isso abriu um novo capítulo na história da expansão europeia, marcada pela guerra de extermínio que sucedeu ao longo do período colonial, inclusive nas terras que constituíram o Brasil atual. Houve, sim, genocídio. Os historiadores de hoje até se perguntam se houve um descobrimento ou o "cobrimento" de várias civilizações indígenas. De minha parte, fico com a ideia de "cobrimento"!

22 de Abril. Descobrimento do Brasil.
Foi a maior e mais cara expedição a cruzar o Atlântico até então. Em 8 de março de 1500, um domingo, cerca de 1.500 tripulantes comandados por Pedro Álvares Cabral partiram de Lisboa. Um mês e meio depois, descobriram o Brasil.


Referência : http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/descoberta-da-america-as-viagens-de-cristovao-colombo.htm ( Entrevista do Historidor : Carlos Guilherme Mota concedeu a entrevista que segue ao site Educação, do UOL )





Uma das importâncias da cidade de Salvador,é que as suas correntes marítimas facilitou sua descoberta,portanto  a vinda das embarcações europeias e seu descobrimento.


terça-feira, 27 de setembro de 2016

Lapinha.Que bairro é esse ? De onde veio esse nome ?

O Bairro da Lapinha se caracteriza por seus casarões antigos e sua ruas estreitas,localizando-se no alto da cidade.
A Lapinha tem uma característica festiva representada na Festa de Reis e nas comemorações do Dois de Julho.
A Igreja da Lapinha,fundada em 1771,está localizada no largo com mesmo nome,ao lado do Pavilhão Dois de Julho,onde estão guardados os carros do Caboclo e da Cabocla que simbolizam a participação popular na luta pela Independência da Bahia. A participação militar neste movimento está representada no busto que homenageia o General Labatut,francês que lutou ao lado dos brasileiros.

Quando os padres iniciaram a devoção ao Menino Deus, criou-se a capela da Lapinha e então o nome permaneceu. Era o limite norte da cidade no século XIX, tanto que até hoje, o exército libertador, o exército do Dois de Julho entra na cidade a partir da Lapinha, da Lapinha para a Liberdade era o interior. Então, a homenagem ficou, ingressa-se na cidade a partir da Lapinha, a partir dali é que as forças de 1823 ingressaram na cidade.” (Cid Teixeira)
www.cidteixeira.com.br




A igreja e o largo da Lapinha no inicio do século 20.
Lapinha significa uma lapa pequena, uma gruta, especialmente quando abriga um santuário,um pequeno presépio.

Foto retirada do site : http://www.salvador-antiga.com/lapinha/antigas.htm



Fundada em 1771, no Largo da Lapinha, pela Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, com a ajuda do Padre José Barbosa da França Corte Real, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, é uma valiosa e tradicional igreja, de inestimável importância histórica, social e cultural, de Salvador.

A igreja da Lapinha está inclusa no Ministério das Relações Exteriores, nos registros dos monumentos em estilo moçárabe da América Latina, como sendo a única igreja no estilo mourisco do Brasil, por conter inscrições árabes na parte superior de suas paredes centrais, que dizem: “Esta, a casa de Deus, este, portão do céu”.

Em 1913, o Arcebispo da Bahia, entregou sua administração aos padres agostinianos recoletos, que também inseriram na igreja, o culto e devoção a Nossa Senhora da Consolação, sendo a única no estado da Bahia, e em 1915 ela foi erigida canonicamente como uma comunidade religiosa. Em 1925 os padres agostinianos realizaram uma grande reforma no templo, onde foram introduzidos mosaicos vindos da Espanha, e diversos outros elementos e materiais, e seu interior foi ricamente decorado no estilo mourisco, tornando-a muito parecida com uma mesquita. A decoração mourisca foi uma opção do responsável pela obra, Frei Leão Uchoa, que também era Arquiteto; que ainda ampliou as dimensões de comprimento e largura da igreja, reinaugurando-a, em 1930. 

Em 1950, os padres vocacionistas, liderados por Dom Franco, Dom Ugo e Irmão Prisco, assumiram sua administração e também realizaram outra grande reforma, concluída em 1970. A partir de 1972, o Arcebispo Primaz do Brasil, assinou o decreto de formação da paróquia da Lapinha, que tendo como padroeira, a virgem Maria, sob o titulo de Nossa Senhora da Conceição, passou a se chamar, Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Lapinha. A igreja possui 6 altares laterais, além do altar principal, e antigamente, havia missas simultaneamente em todos os altares laterais. 

Acredita-se que a mudança da entrada oficial da igreja, tenha sido feita durante sua primeira reforma, quando então construíram a fachada no estilo neogótico. A colocação dos azulejos espanhóis nas paredes, e as pedras de mármore nos altares laterais, devem ter feito parte da segunda reforma. Em vários lugares da igreja, o piso original foi mantido, porém, coberto por um tapete vermelho. 
Atualmente, a sua entrada principal, se dá pela praça no Largo da Lapinha, entretanto, no início de sua construção original, sua entrada principal se dava pela parte dos fundos, voltada para o mar. 

Alguns supuseram que a igreja pudesse um dia ter sido uma mesquita, e que sua entrada principal nos fundos, está exatamente direcionada para Meca. Entretanto, não há nenhum registro ou evidência, de que esta suposição um dia possa ter sido verdadeira; até porque nos registros da igreja, constam documentos que comprovam que a decoração mourisca introduzida foi uma opção decorativa escolhida pelo frei agostiniano, que era responsável pela reforma da igreja.

Mas se a igreja da Lapinha não foi uma mesquita no passado, por que então, um padre agostiniano recoleto optou pela decoração mourisca (ou moçárabe)? A Ordem dos Agostinianos Recoletos nasceu em Castela, na Espanha, em 1588, durante a reforma da Igreja Católica. Para entender um pouco sobre os costumes e tradições dos religiosos espanhóis nessa época, e tentar entender os motivos que podem ter influenciado o frei agostiniano, é preciso voltar no tempo e rever a História da Espanha...  

No século XIII, os Reis Católicos (constituídos pela Rainha de Castela, na Hispânia, e o Rei de Aragão, na Península Ibérica) expulsaram os mouros da Península Ibérica, e fundaram a atual Espanha; com isso, restou aos mouros, se refugiar no norte da África.


Matéria no site : 
http://www.gazetadebeirute.com


Como alguns locais de Salvador, não há muita clareza nos limites que separam a Lapinha dos bairros que fazem fronteira como Liberdade, Caixa d'Água e Soledade. Intitulada de Lapinha das Tradições e Ternos de Reis. Frades teriam criado uma comunidade nas proximidades do templo.

Depois de passar por restaurações em 1958 e em 1970, a Igreja da Lapinha passou a ser paróquia tendo como padroeira Nossa Senhora da Conceição da Lapa. Antes, a igreja era ligada à Paróquia de São Cosme e São Damião na Liberdade.

É a Igreja Católica que exerce fortes influências sociais no bairro. A ela estão ligados um centro comunitário, uma creche, organizações de cursos profissionalizantes e as pastorais, que agregam serviços para a comunidade.

De acordo com um artigo feito pela mestre em História da Arte, Suzane Pinho, apesar de não ter histórico de um “bairro rico”, a Lapinha foi habitada por famílias espanholas, ocupando residências e pontos comerciais onde hoje estão o centro comunitário e um edifício na esquina do Largo com o Corredor da Lapinha.

FONTE:http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/lapinha-mantem-tradicao-religiosa-gracas-a-comunidade/



A estrada das Boiadas


A antiga Estrada das Boiadas, a Liberdade era passagem dos bois que vinham do sertão e eram comercializados na Feira do Capuame. Em 1823, por ali entrou o exército libertador e então, a Estrada das Boiadas passou a ser chamada Estrada da Liberdade. Considerado como o bairro mais populoso da cidade de Salvador, e representativo da cultura negra, o fez ser considerado pelo Ministério da Cultura como o território nacional da cultura afro-brasileira. O povoamento da Liberdade se deu logo depois da abolição da escravatura, com a ida de negros libertos e ex-escravos para o  local.



Fonte : http://blogopaiz.blogspot.com.br/2013_03_01_archive.html





Depoimentos
”Liberdade. Aí era a estrada das boiadas. O boi que descia do sertão era comercializado na feira do Capuame, feira de gado, Capuame, que depois mudou o nome para Dias D’Ávila, hoje é a cidade de Dias D’Ávila, ali estava a feira do gado. Esse gado era trazido para o abate. O abate da cidade estava onde hoje é o terminal da Barroquinha, ali é que era o matadouro da cidade. Por isso que o rio se chama de rio das Tripas, porque os dejetos, as sobras do sacrifício dos animais eram jogadas no rio das Tripas. O rio das Tripas está lá, a Baixa dos Sapateiros não existe, ela é um rio canalizado, você anda por cima do extradorso da abóbada que cria a Baixa dos Sapateiros, o rio das Tripas está lá. Então, este gado vinha pela estrada que você chama da Liberdade, que era a estrada das boiadas. Em 1823, por ali entrou o exército libertador e então, a estrada das boiadas passou a ser chamada estrada da Liberdade.” (Cid Teixeira)
www.cidteixeira.com.br

Depoimento extraído do site http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/,em 10/2016